Correio Paulinense

Paulínia, 16 de abril de 2024
Liderados por “Capivara”, moradores de 7 cidades da RMC, reivindicam casas em Paulínia, durante protesto na Câmara Municipal

Última atualização em 5 de agosto de 2015

[imagem] Na noite de ontem (4), o terreno baldio, em frente à Câmara Municipal de Paulínia, foi ocupado por dezenas de carros de moradores de sete cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) – Nova Odessa, Monte Mor, Itatiba, Sumaré, Campinas, Americana e Arthur Nogueira – , além de Itu e São Bernardo do Campo, que vieram participar de uma manifestação por moradia em Paulínia. Nossa reportagem apurou a participação de poucos paulinenses, na manifestação. 

O manifesto foi organizado pela FDDIP (Frente dos Direitos de Interesse Popular), presidida por Paula Fernanda Ferreira e que tem como líder Marco Antonio de Paula, o Capivara. Ambos foram acusados e condenados pela Justiça de Americana, por estelionato contra 30 pessoas, das quais eles teriam recebido dinheiro, em troca de casas que nunca foram construídas e terrenos que nunca foram entregues.

O suposto golpe teria ultrapassado os R$ 200 mil, segundo o juízo de Americana. A denúncia foi feita pelas próprias vítimas. O casal recorre da decisão de primeiro grau e aguarda posicionamento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). A Justiça de Americana também suspendeu as atividades da FDDIP na cidade (leia mais)

Em Paulínia, a FDDIP, reivindica a área da antiga Fazenda Paraíso para construção de casas populares, por meio do Minha Casa Minha Vida – Entidades. Entretanto, o próprio líder Capivara reconheceu no manifesto de ontem que a associação ainda não está habilitada junto à Caixa Econômica Federal e Ministério das Cidades, condição exigida para as entidades receber recursos do programa habitacional do governo federal. Pelas regras do MCMV, as instituições podem construir no máximo 100 (cem) casas e, de acordo com a Caixa Econômica, as iniciantes no programa recebem recursos para apenas 50 unidades.
Ao discursar para os manifestantes, Capivara afirmou (veja vídeo) que no dia 15 de setembro os vereadores de Paulínia vão aprovar um projeto de lei para moradia. “Dia 15 será uma marco histórico da cidade de Paulínia”, afirmou ele. A informação foi desmentida pelo diretor-geral da Câmara Municipal de Paulínia, David Rodrigues. “Não existe nenhum projeto de lei, neste sentido, em tramitação na Casa”, informou o diretor. 
A FDDIP integra a chamada Frente Social Pela Moradia, que, segundo Daniel Messias, é formada por outras cinco entidades de Paulínia: a Associação Beneficente Amigos do Bairro Parque da Represa, uma associação e quatro igrejas evangélicas, cujos nomes o criador da “Frente” não revela. Entre as entidades conhecidas e desconhecidas, apenas a do Parque da Represa está habilitada junto à Caixa e o Ministério das Cidades.
Desde o ano passado, Paula Fernanda e Capivara também estão sendo investigados pela Polícia Civil de Paulínia, suspeitos de estelionato, envolvendo promessas de casas e terrenos para associados à FDDIP, que mantém um escritório no bairro João Aranha (leia mais). No último dia 24, com autorização judicial, a polícia apreendeu documentos, fotos e computadores na sede paulinense da Associação, os quais ajudarão nas investigações do caso (leia mais). Além disso, a FDDIP também está na mira do Ministério Público (MP), que investiga as atividades suspeitas da associação, na cidade.

Ameaça

No dia 22 do mês passado, a Prefeitura de Paulínia registrou queixa na delegacia contra o líder da FDDIP, Capivara, que teria ameaçado “invadir o prédio da Prefeitura e tocar fogo em tudo”, caso o prefeito José Pavan Junior (PSB) não assinasse uma intenção de doação da antiga Fazenda Paraíso”, para a associação que ele representa (leia mais). 

Politicagem
Inflamados por Capivara, Paula Fernanda e Daniel Messias os moradores e eleitores de fora, que participaram do protesto de ontem (4), proferiram gritos de “Fora Pavan” e também exibiram cartazes pedindo a saída do prefeito José Pavan Junior (PSB). Devido à ligação de Capivara e Paula Fernanda com Edson Moura e Edson Moura Junior, que já governaram Paulínia, suspeita-se que os ex-prefeitos estariam por trás do “lado político” do movimento. Segundo a organização do manifesto, cerca de 1.500 pessoas estiveram presentes. 
Em novembro de 2013, o então prefeito Moura Junior e o pai dele, Edson Moura, estiveram na Fazenda Jacutinga, em Americana, participando de uma reunião da FDDIP. As imagens dos ex-prefeitos, com Capivara e Paula Fernanda, fazem parte do Inquérito Policial 166/14, que investiga o casal suspeito de estelionato (leia mais).
Até o fechamento desta matéria, nossa reportagem não conseguiu contato com os responsáveis pelo manifesto.

Foto: Jr Vedovello (Freelancer)

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